Bailarinas ou Ginastas?
Olá Balléticos tudo certo com vocês? O tema de hoje é um assunto sério e algo á se pensar. Em nossos dias é comum vermos imagens e vídeos de bailarinas fazendo aberturas surreais. Lembro - me de uma conversa com uma ex - professora de ballet no qual ela definia esses movimentos como sendo de ginastas e não de bailarinas. Então você me pergunta, mas por que Andressa? Que mal a nisso? Bom para começar dentro do ballet clássico esse tipo de movimento não é utilizado, além disso, por mais importante que seja ser alongado e flexível no ballet, isso não é tudo, aliás não é nem o principal. Já dizia minha antiga maitre Yeda: Bailarina de verdade tem que ter técnica! E não apenas "pernão".
Deixo claro que não tenho nada contra as ginastas, na verdade eu gosto muito, acho lindo!!! Mas vamos separar, ginástica rítmica/artística é uma coisa (ainda que tenha algumas bases do ballet, as exigências a técnica são distintas) e ballet clássico é outra. No ballet a flexibilidade é importante mas sem o encaixe, postura e equilíbrio não é ballet.
No que diz respeito a saúde, o movimento de colocar uma perna por trás da cabeça deixando-a do outro lado não é aconselhável. Pesquisando à respeito encontrei um post do blog Mundo Bailarinístico falando especificamente sobre este tema, onde é explicado o que pode acontecer na prática contínua deste movimento. Vou colocar aqui para vocês, um pedacinho do post:
A Anatomia
A única coisa que muitas pessoas não percebem é que não há um ligamento muito importante na parte superior do fêmur para a articulação do quadril. É um ligamento importante para a estabilidade da articulação do quadril, mas também carrega um vaso sanguíneo que fornece sangue para a cabeça do fêmur (osso da coxa). Quando você toma a perna em um lado e adiciona uma inclinação lateral, ou passa a perna atrás da cabeça, este ligamento é levado para uma posição totalmente esticada. Se isso for feito com força, repetidamente, ou sem controle, o risco de distender esse ligamento é alto.
Se este ligamento é distendido os cirurgiões não tendem a reconectá-lo. Eles podem arrumar as extremidades, mas não pode se juntar as pontas. Isto significa que a estabilidade e suprimento de sangue para a cabeça do osso da coxa (fêmur) pode ser reduzida.
O outro problema com força agarrando a perna e levá-lo atrás de sua cabeça é o risco de danificar um anel de cartilagem que ajuda a tornar o encaixe do quadril mais profundo, e ajuda a segurar a cabeça do fêmur no lugar. Se a perna é puxada para trás da cabeça, a parte superior pode ser esmagado e isso pode resultar em danos. Muitas vezes isso não acontece de uma só vez, mas é um acúmulo de danos resultantes de múltiplas compressões ao longo do tempo. É por isso que dançarinos muitas vezes não sente nada por meses, e então de repente ficar dor no quadril fazendo algo completamente normal. A reabilitação é longa e lenta.

Não sei como funciona na ginástica, mas acredito que mesmo tendo ser extremamente flexíveis, deve haver uma técnica específica para evitar lesões e as ginastas nos surpreenderem com tanta elasticidade. De qualquer forma a dica também fica para vocês, cuidem-se afinal vocês são de mais!!!
É isso gente! Uma ótima semana para todos, beijinhos da Dê :* :)
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